Novo estudo de neurociência explora o impacto que o ruído e o silêncio têm no bem-estar

A fase experimental da investigação envolveu pesquisa neurocientífica primária realizada pela Lab of Misfits usando uma amostra de 106 participantes de França e Itália. O estudo incluiu uma grande variedade de experiências psicanalíticas online que mediram a resposta a estímulos visuais e auditivos e testes especiais destinados a descobrir perceções e tendências inconscientes.

Qual é a quantidade de silêncio necessária para maximizar o bem-estar? Difere de pessoa para pessoa. Como resultado, a Lab of Misfits e a Whirlpool realizaram uma experiência para descobrir as variáveis que afetam a forma como o ruído/silêncio é percecionado e como isto pode influenciar o bem-estar.

Todos os participantes que participaram no teste foram entrevistados e convidados a realizar vários testes para compreender melhor as múltiplas vertentes ou variáveis dos seus estilos de vida, assim como para identificar se alguma destas se correlaciona de forma significativa com a sua experiência de ruído. 16 variáveis diferentes foram exploradas, todas as quais podem ser vistas como medidas de bem-estar, abrangendo tudo desde idade, rendimento, quantidade de exercício, tipo de personalidade e até hábitos de deslocação. A investigação concluiu que nem todos estes fatores associados ao bem-estar se correlacionam de forma significativa com o ruído. Contudo, descobriu-se que alguns fazem uma grande diferença na forma como o ruído é percecionado.

O estudo da Lab of Misfits descobriu que o ruído sentido na vida normal das pessoas tem impacto no seu bem-estar emocional e físico. No entanto, o ruído em si é uma ideia mais complexa do que parece à primeira vista. Beau Lotto, da Lab of Misfits, explica porquê: "Estamos expostos a três tipos de ruído nas nossas vidas. Há o ruído de fundo externo relativamente contínuo, tal como o decorrente do transporte urbano. Há ruídos esporádicos que causam interrupções. E, por fim, há aquilo a que nos referimos como "ruído interno", que é a nossa incapacidade de concentração - muitas vezes descrita como "tagarelice". O nosso estudo explorou o quanto as pessoas se sentiam frustradas por estes tipos."
 

A investigação descobriu que quanto maior a frustração sentida devido ao ruído, maior o stress. Esta correlação é ainda mais pronunciada devido ao ruído interior e verificou-se existir uma relação linear, isto é, o stress é minimizado quando a frustração é minimizada, enquanto que existe uma forte correlação entre a quantidade de ruído interior sentida e o stress. Ao descrever esta correlação, Lotto observa que "O mais poderoso indicador de stress é o ruído interno, tanto em quantidade como nos sentimentos que evoca. Os nossos dados sugerem que as pessoas menos stressadas requerem menos silêncio (e vice-versa)".

Por outro lado, o mundo em que vivemos parece estar a ficar mais agitado, angustiante e barulhento. Então, qual é a solução?

Não temos controlo sobre o ruído do mundo exterior, mas podemos organizar a nossa casa num espaço de silêncio e calma.

A casa é o ambiente ideal para construir uma carapaça de tranquilidade onde nos podemos refugiar para gerir, ouvir ou atenuar o som dos nossos pensamentos e do mundo que nos rodeia. O nível de calma nas nossas casas pode ser melhorado de muitas maneiras, tais como escolher eletrodomésticos mais silenciosos, desligar a TV quando não está a ser utilizada ou impedir a transmissão de som usando cortinas e tapetes. Saboreie o silêncio e a calma à sua volta para sentir os benefícios dentro de si.

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